It's Couture, Baby! #1

É a semana da alta costura em Paris, onde são apresentadas as propostas para o próximo Outono. A semana onde as peças mais luxuosas, com mais perfeccionismo e mais detalhes desfilam em vários pontos da cidade. Em oposição ao ready-to-wear, nas colecções de alta costura pede-se uma pouco mais de ousadia, apela-se à veia mais artística dos designers e aumenta-se o rigor das técnicas de costuras. No fundo, pede-se moda no seu estado mais puro. Aqui ficam algumas das colecções que pisaram as passareles de Paris nos últimos dias e posso dizer-vos que, assim de modo geral, ainda não estou a morrer de amores.

Atelier Versace
Versace foi até agora a minha preferida. Fiquei rendida aos drapeados e aos cortes e recortes mais arriscados e assimétricos. Gostei do contraste dos tecidos acetinados, gostei do uso da cor e gostei das peças mais estruturas. É uma colecção que enaltece o corpo feminino, uma colecção para uma mulher sexy, forte e independente. Acho que já há muito que não gostava tanto de uma colecção da Versace.
Alberta Ferretti
As colecções de Alberta Ferretti não me costumam chamar a atenção mas desta vez, apesar de não ter adorado todos os looks, houve alguns que gostei particularmente. Achei interessante o uso das franjas que nos remetem para os anos 20 em contraste com transparências, brocados e tecidos acetinados. 
Dior
Dior apresentou a sua colecção entre paredes brancas pinceladas a dourado e acho que o cenário foi um dos pontos mais altos. A colecção foi uma homenagem aos cortes clássicos da maison. Ficou marcada pelo preto, pelos vários tons de branco, por uma nova abordagem a peças intemporais e pela silhueta estruturada tão característica da marca. Parecia uma excelente colecção de pronto-a-vestir, que melhorava assim que fazíamos zoom nos detalhes dos acessórios e das aplicações. Fiquei encantada com alguns dos conjuntos - que vestia já, se pudesse - mas acho que faltou dramatismo.
Giambattista Valli
Costumo adorar as colecções de Giambattista Valli mas desta vez não fiquei rendida. A colecção chegou feminina e delicada como de costume e apresentou uma perspectiva que nos remete para tempos antigos através das várias mangas em balão, das rendas e dos estampados fluídos que a mim me fazem lembrar camisas de dormir do tempo das aias, princesas e rainhas. Tirando uma ou outra excepção não fiquei fã desta abordagem mas adorei quando o desfile nos ofereceu longos vestidos fluídos e opulentos vestidos de tule. 
Chanel
Karl Lagerfeld construiu um atelier de costura e fez dele o cenário do seu desfile. As modelos desfilaram entre manequins, espelhos, tecidos, desenhos e costureiras numa homenagem ao trabalho dos artesãos e artesãs responsáveis por cada detalhe das criações da marca. O desfile terminou e Karl Lagerfeld apareceu de mãos dadas com a sua equipa Chanel, mostrando que moda é muito mais do que aquilo que vemos nas lojas e nos desfiles. O conceito não me podia ter deixado mais encantada mas a colecção deixou-me um pouco desiludida. Achei-a pesada e um pouco triste. Houve pouca coisa que gostasse mas elejo como peça do desfile o vestido rosa pálido a baixo - as aplicações são de tirar o fôlego.

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