os filmes, as séries e as músicas de junho.

Os favoritos do mês de Junho resumem-se a filmes, séries e músicas. É tão bom ter mais tempo para dedicar a este tipo de atividades e no mês passado tive algumas semanas onde pode parar, respirar, ouvir boa música e sentar-me no sofá a ver filmes. Assim, trago-vos a lista dos filmes que vi - onde reinam os romances - acompanhada de uma pequena review dos mesmos, uma sugestão de uma série fantástica que devorei numa semana e a playlist que esteve em reprodução constante no mês de Junho.

os filmes. 
Becoming Jane é um filme biográfico sobre a escritora Jane Austin. Já o Pride & Prejudice é um filme construído com base no romance publicado por Jane Austin em 1813. Vi o primeiro e achei que faria todo o sentido no seguimento ver o filme que retrata a história do livro mais conhecido da escritora britânica.
O filme biográfico retrata a não tão fácil juventude de Jane. As dificuldades de ser uma mulher que deseja ser escritora no século 18, as obrigações com a família, um noivado arranjado por motivos financeiros e uma história de amor cheia de problemas e implicações são os principais focos do filme.  É este período que lhe serve de inspiração para o livro "Orgulho e Preconceito" da qual vemos páginas a ser escritas e ouvimos frases a ser lidas. No fundo, temos uma história de resiliência onde nem tudo corre bem mas de onde nasce uma das maiores escritoras britânicas de sempre.
Apesar da beleza deste primeiro filme, acho o Pride & Prejudice mais forte na sua mensagem. As semelhanças cénicas e temporais são evidentes e ao longo da história encontramos facilmente referências à vida de Jane. O Pride & Prejudice é sobre uma família da aristocracia rural composta por cinco irmãs. A história passa-se na mudança para o século 19 e por isso são retratadas questões típicas da época como a procura de casamentos onde o amor é dispensável e o preconceito a vários níveis. A par desta vertente mais sociológica temos uma história de amor entre Elizabeth, uma das irmãs, e o Sr. Darcy, um jovem rico e reservado. Este romance é onde todas as questões de moralidade se tocam e se revelam na prática. É aqui que sentimos que o título "Orgulho e Preconceito" assenta nesta história como uma luva e onde percebemos que tanto um sentimento como o outro não são restritos a uma personagem estando presentes em todas elas. É um filme que nos ensina algo e que por isso merece mesmo ser visto. Fica a promessa de ler o livro em breve.
Três filmes que retratam uma história de vida. Entre o primeiro e o último filme passaram-se 18 anos tanto na ficção como na vida real. Este acompanhamento temporal da realidade já é uma marca característica do realizador Richard Linklater, o responsável por esta trilogia e pelo filme Boyhood que demorou 12 anos a ser gravado. Neste trio é contada a história de amor entre Jesse e Celine.  Conheceram num comboio e, após sentirem uma ligação muito forte um pelo outro, passaram a noite em Viena a passear pela cidade e a conversar sobre a vida. Apaixonaram-se numa noite daí o nome do primeiro filme ser Before Sunrise. Nos dois filmes seguintes acompanhamos o seu reencontro nove anos depois e a sua vida enquanto casal. Nas três obras cinematográficas predominam os diálogos e são eles a parte mais brilhante e interessante da trilogia Before. Ao ver os filmes sentimos que fazemos parte das conversas e é como se ficássemos também nós a li a dialogar e a pensar sobre mil e uma questões sobre a nossa existência. Fala-se muito sobre a vida, sobre gostos, sobre ideologias, sobre experiências, sobre sentimentos, sobre sonhos e sobre angustias. São estes diálogo que trazem profundidade, realidade e crueza aos filmes -  chegam mesmo a ser apelidados pelo seu realizador como "romances para realistas". No geral, e sobretudo no terceiro, são filmes que espelham a vida real tal como ela é. No entanto, e apesar de ter adorado todos os três, acho que o meu coração ficou prendido ao primeiro. Porquê? Talvez por ser aquele que considero mais irreal - eu por mim vivia sempre de mão dadas à fantasia, confesso - e por nos mostrar um sentimento muito forte criado em tão pouco tempo (algo que eu acredito mesmo que pode acontecer). É incrível ver algo assim a desenrolar-se num filme onde cada reacção - seja de constrangimento seja de felicidade - foi pensada ao pormenor e encaixada na perfeição em cada cena. Fiquei derretida o filme todo e desconfio que tenha passado a maior parte dele de sorriso na cara. Não deixem de ver os três, não só pelo romance mas também por cada diálogo e devaneio que, de certeza, vos fará pensar um pouco mais em certas coisas.
O Blue Jasmine é uma peça cinematográfica do realizador Woody Allen. Jasmine é uma socialite de Nova Iorque que, com o fim do seu casamento, se vê obrigada a viver uma vida sem luxos, a ter um trabalho comum e a mudar-se para a modesta casa da irmã. Através deste filme vivemos a experiência de uma mulher que vivia dependente de um casamento infeliz e que sem ele fica mentalmente perturbada e sem saber o que fazer. Mostra-nos como é importante estarmos bem espiritualmente sozinhos e como é importante sermos verdadeiros em relação a nós mesmos para que sejamos felizes num relacionamento. Pessoalmente, acho que é uma boa lição. O filme não me marcou especialmente mas acho que está muito bem construído - gostei de temporalmente começar na atualidade e de ir fazendo analepses a vários momentos da vida da personagem principal - e além disso é uma performance irrepreensível da Cate Blanchett.
Enemy é baseado no livro O Homem Duplicado do nosso José Saramago e conta a história de um homem que um dia, casualmente, descobre outro homem igual a ele. O filme segue mostrando as reacções de ambos a este acontecimento e as suas vidas distintas. O enredo aparentemente simples revela-se muito complexo, muito psicológico e a mensagem não é nada óbvia e clara. Retrata questões sobre a identidade, sobre a consciência, sobre o sentimento de culpa e sobre a infidelidade. Senti necessidade de pesquisar um pouco sobre ele para o compreender e acho que é daqueles que precisa de ser visto mais que uma vez. Além disso, a leitura do livro será algo que farei em breve. Acho que perde pelo excesso de metáforas e pelo pouco poder auto-explicativo.
Baseado num romance de Nicholas Sparks, o A Walk To Remember é o típico romance entre a rapariga doce e o adolescente rebelde. Dois opostos que começam por criar antipatia um com outro e de onde acaba por surgir uma bela história de amor. Um filme carregado de clichés e que é facilmente caracterizado como um filme querido e fofinho. No entanto, não deixa de ter alguns diálogos e frases dignas de serem ouvidas. Admito que, de vez em quando, gosto de um bom romance típico cheio de todos os clichés e mais alguns e por isso gostei deste filme. Claro que sendo Nicholas Sparks, e sem adiantar muito, podem contar com momentos onde poderão derramar uma lágrima ou outra.
as séries.
Devorei esta série numa semana. Como sugere o título, é uma versão atualizada das aventuras do detective mais famoso do mundo e do seu companheiro médico. Sherlock Holmes, numa brilhante performance de Benedict Cumberbatch, mantém a sua personalidade caracteristicamente arrogante e com traços de sociopata - que fazem dele uma das personagens mais interessantes de observar de sempre. O crime, o drama e o mistério também se mantém-se mas os casos ganham traços tecnológicos e temas atuais. Até agora são quatro temporadas com três episódios cada - sendo que cada um tem quase uma hora e meia - cheios de puro suspense. A série está construída de forma muito dinâmica e prende a nossa atenção obrigando-nos a seguir a linha lógica e racional investigações de forma entusiasmada. Casos originais, plot twists constantes, jogos quase doentios de poder e premissas carregadas de inteligência são uma constante. É a racionalidade que predomina - tanto na série como na personalidade de Holmes - mas também há espaço para questões mais sentimentais e humanas como amizades e amores. Vejam, é das melhores série que já vi.

as músicas.
Em termos musicais, Junho foi um mês muito bom. Primeiro tenho de destacar o lançamento do novo álbum dos Portugal. The Man uma vez que são uma das minhas bandas preferidas. O Woodstock é um álbum muito experimental e variado que acaba por perder um pouco na coesão. No entanto, a capacidade de apresentar álbuns tão diferentes uns dos outros e de criar músicas que em nada se igualam, agrada-me. Houve algumas músicas do álbum da qual não fiquei totalmente fã - infelizmente - mas em oposição houve outras que me deixaram obcecada. Vibrei com o som mais produzido da Easy Tyger e da Number One, sei a letra de cor da Rich Friends e adorei a leveza da So Young. Ainda nas novidades os Cage The Elephant vão lançar o Unpeeled, um álbum novo cheio de covers e remakes de algumas das suas músicas antigas. Para já apenas está disponível o cover da Whole Wide World - do Wreckless Eric e posso dizer-vos que iniciaram muito bem este novo projecto. Claro que não preciso de dizer que estou muito ansiosa por ir vê-los no próximo sábado ao Nos Alive

Ouvi também muito Mac Demarco e os seus fantásticos instrumentais. Sou completamente apaixonada pela Freaking Out the Neighborhood e podia mesmo intitulá-la como a minha preferida - impossível ficar indiferente à guitarra nesta música. No entanto, há muita coisa deste artista que ainda não tive a possibilidade de ouvir e por isso não vou fechar já a lista de predilectas. Outra banda que tenho adorado ouvir nos últimos tempos - e à qual já devia ter dado atenção mais cedo - é a Unknown Mortal Orchestra. Não consigo parar de ouvir a One at a Time, So Good At Being in Trouble, Bicycle ou a Multi-Love - estão num nível muito elevado para mimPara não me alongar mais, deixo-vos com uma playlist onde podem encontrar todas as músicas que falei em cima bem como outras que também fizeram parte do meu mês de Junho.

E vocês, o que ouviram e viram neste último mês?

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2 Comentários

  1. Orgulho e preconceito vai ser sempre o meu perfeito!

    Beijinhos
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  2. Jane Austen é a minha grande, grande girl crush. Conheço tudo o que ela escreveu de trás para a frente e não tenho vergonha nenhuma AHAHA

    Dito isto, também já tinha visto o Becoming Jane e admito que chorei no final. Caramba, que fiquei com o coração apertadinho pela querida.

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